Estados Unidos: Nova ordem global aponta mundo dividido em três grandes blocos comerciais
Uma nova configuração do comércio internacional tem ganhado forma nos últimos anos, indicando o declínio da era de fronteiras comerciais flexibilizadas e da interdependência econômica ampla entre nações.A intensificação das disputas tarifárias sob a administração dos Estados Unidos acentua este cenário.
Três potências que delineiam os principais agrupamentos econômicos globais
Projeções recentes feitas por especialistas do banco Wells Fargo revelam que o planeta tende a se segmentar em três grandes blocos liderados pelos Estados Unidos, pela China e pela União Europeia. esta divisão econômica reflete uma competição estratégica crescente entre essas superpotências.
importante destacar que a retração da globalização já vinha ocorrendo antes mesmo das medidas tarifárias mais severas adotadas pelos EUA no começo do ano corrente. Embora algumas tarifas tenham sido suavizadas, análises indicam que as barreiras protecionistas não devem ser eliminadas num futuro próximo. em um episódio recente, o presidente americano sugeriu punições fiscais elevadas – chegando ao patamar de até 70% – para determinados produtos importados.
A configuração geoeconômica atualizada: uma nova cartografia comercial mundial
No bloco norte-americano estão incluídos quase todos os países das Américas ocidentais - com destaque para o Brasil – além de parceiros consolidados na Ásia e no Oriente Médio. O grupo sob influência chinesa abrange Rússia, grande parte do Leste Asiático e regiões da Ásia Central; inclui também importantes economias africanas e algumas nações latino-americanas como Bolívia e Venezuela, além de outros países no Oriente Médio.
A União Europeia configura um terceiro bloco menor mas estratégico, incorporando seus membros oficiais junto com aliados próximos como Reino unido, Noruega, Suíça e Turquia – estendendo-se ainda à Ucrânia neste contexto econômico emergente.
“O movimento de desglobalização está bastante ancorado nas tensões tanto políticas quanto econômicas entre EUA e China”, explicam os analistas do Wells Fargo. “O surgimento potencial de uma autônoma trajetória europeia representa uma mudança considerável na estrutura internacional tradicional.”
Tendências futuras das tarifas comerciais americanas
Análises sugerem que tentativas jurídicas contrárias às tarifas impostas pelo governo Trump provavelmente não terão sucesso; estimativas apontam para uma taxa média efetiva ao redor dos 14%. Ainda que essa porcentagem seja inferior aos níveis alarmantes propostos anteriormente (como recordado durante anúncios feitos em abril), ela apresenta um aumento expressivo frente à taxa média próxima a 2,3% registrada ao final de maio de 2024.