Brasil: Efeitos da Nova Taxação Americana sobre Países do Brics
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma potencial tarifa extra de 10% direcionada a nações alinhadas ao bloco econômico dos Brics. Essa medida, embora não suspenda o comércio internacional, pode gerar um cenário de incerteza jurídica que afeta negativamente negociações futuras, segundo José augusto de Castro, líder da Associação do Comércio Exterior do Brasil (AEB).
Imprevisibilidade e Repercussões das Tarifas Norte-Americanas
Para José Augusto de castro, a principal consequência não está no valor formal das tarifas em si, mas na instabilidade causada pela imprevisibilidade política. Ele afirma que “não será a taxa de 10% que paralisará o comércio exterior; o verdadeiro impacto reside na insegurança jurídica espalhada globalmente”. O presidente americano teria agido por motivações eleitorais ao invés de fundamentações técnicas.
No domingo à noite (6), durante a cúpula realizada no Rio de Janeiro com participação dos líderes dos países membros do Brics - brasil incluído -, Trump declarou via rede social sua intenção em aplicar esse imposto adicional contra qualquer país alinhado às “brics/” title=”Trump ameaça impor tarifa extra de 10% a países que apoiarem políticas antiamericanas dos …”>políticas antiamericanas” promovidas pelo grupo. uma fonte próxima ao governo indicou no dia seguinte que essa tarifa não seria implementada imediatamente e dependeria das decisões políticas individuais destes países.
Pressão Inflacionária nos Estados Unidos Prevista por Especialistas
Jorge Ferreira, especialista em economia internacional da ESPM, alerta para os impactos macroeconômicos desta possível taxação. de acordo com ele, os EUA enfrentariam um aumento inflacionário estimado em até 6% ao ano entre 2025 e 2026 devido à dependência significativa que mantêm da China e Índia para insumos essenciais.
A adoção dessas tarifas poderia ainda desacelerar o crescimento global do Produto Interno Bruto (PIB), reduzindo o avanço econômico real norte-americano para uma margem diminuta próxima a 0,5%. As importações americanas sofreriam aumento nos custos totais calculados em impressionantes US$ 1,2 trilhão anuais.
Efeitos Setoriais Diretos e Potenciais benefícios Regionais
Dentre os setores mais vulneráveis estão siderurgia e metalurgia – especialmente produtos semiacabados – automotivo com peças complementares associadas; ainda química fina e indústria farmacêutica; além maquinário industrial pesado bem como alimentos processados junto a bebidas industrializadas.
No entanto, setores agrícolas brasileiros podem se beneficiar caso haja um redirecionamento chinês em suas importações provenientes daqueles produtos essenciais como carne bovina fresca ou processada; soja; ou milho – itens estes cuja demanda asiática é elevada.Minerais como ferro-gusa ou cobre também poderiam ganhar destaque nas exportações brasileiras se novos acordos forem firmados junto aos mercados asiáticos alternativos no médio prazo.
Ainda assim essas adaptações comerciais ocorreriam gradualmente dependendo exclusivamente da efetiva aplicação das nove políticas tarifárias anunciadas.
No horizonte intermediário esta conjuntura pode fomentar até mesmo uma recessão técnica nos Estados Unidos devido à combinação entre inflação alta persistente somado ao aumento nas taxas de desemprego - algo tecnicamente descrito como estagflação - já monitorada por analistas financeiros globais atentos às possíveis consequências dessas tensões geoeconômicas .
análise Regional: Consequências Distintas para Membros Do Bloco BRICS
Caso as tarifas sejam instauradas integralmente esses seriam os reflexos principais país por país conforme estudo realizado:
- China: Sofrerá impactos diretos na produção eletrônica avançada inclusive semicondutores estratégicos além da cadeia química elaborada intensificando confrontos comerciais já existentes enquanto acelera pressão inflacionária mundial acompanhando desaceleração econômica local;
- Índia: Terá obstáculos moderados principalmente nos segmentos farmacêuticos experimentais bem como serviços tecnológicos (TI). Poderá perder privilégios tarifários diferenciados atualmente observados dentro do vasto mercado estadunidense;
- Rússia:Sofre pouco retrocesso imediato pois encontra-se sob extenso regime sancionatório internacional decorrente seu envolvimento bélico ucraniano;
- África do Sul:Lida com perda possível nestes acordos específicos afetando minerais estratégicos vinoicultura regional além exportação frutícola setorial;
- Blocos Árabes Próximos Ao BRICS – Arábia Saudita E Emirados Árabes Unidos:Tendo considerável vínculo geopolítico forte aos EUA acabam avaliando cautelosamente futura integração completa no bloco preferindo preservar alianças pré-existentes americanas caso disputas maiores se consolidem;