Brasil: Brava Energia avança em recuperação operacional e ganha destaque no mercado
Superação de obstáculos e crescimento na produção
Apesar de enfrentar uma queda de 13% no valor de suas ações em 2025, a Brava Energia (BRAV3) tem mostrado progressos significativos em sua operação, segundo análise do Morgan Stanley. Enquanto concorrentes como PRIO (PRIO3) e PetroRecôncavo (RECV3) apresentam alta de 16%, a empresa brasileira tem conseguido controlar melhor seus investimentos e ampliar a produção, o que reforça a expectativa de geração positiva de caixa.
Mercado reage de forma exagerada, avalia Morgan Stanley
O banco destaca que o mercado tem penalizado excessivamente a Brava. Com o preço do petróleo Brent caindo 8% no ano, as ações da companhia estão precificadas com uma curva de produção 12% inferior à estimada pelo Morgan Stanley, que já considera uma projeção 11% abaixo das reservas provadas (1P) da própria empresa.Essa discrepância sugere uma oportunidade para investidores atentos.
Contexto dos desafios enfrentados e retomada recente
Nos últimos anos,a Brava enfrentou diversos entraves,como problemas em operações terrestres em 2022 e falhas estruturais na plataforma offshore Papa Terra em 2023.Além disso, a paralisação do Ibama no ano passado atrasou os cronogramas de desenvolvimento dos campos Papa Terra e Atlanta. Contudo, a empresa tem revertido essa trajetória negativa, com a produção crescendo rapidamente em 2025, alcançando cerca de 87 mil barris diários – um aumento de 130% em relação ao final de 2024 e 16% acima do pico anterior.
Impacto positivo no fluxo de caixa e perspectivas financeiras
O Morgan Stanley projeta que a melhora operacional contribuirá para a recuperação do fluxo de caixa livre (FCF) da Brava, um dos mais pressionados do setor.Para equilibrar o FCF em 2025, a empresa precisa de um preço médio do barril em torno de US$ 56. Com a maior produção dos campos Atlanta e Papa Terra,essa meta parece alcançável,podendo resultar em um retorno aproximado de 10% para os investidores no próximo ano.
Redução da alavancagem e ajustes estratégicos
espera-se que a alavancagem da Brava, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, diminua de 4,0 vezes no primeiro trimestre para 2,3 vezes até o final de 2025. A empresa também deve reduzir o ritmo de investimentos após um período intenso de capex, o que deve equilibrar ainda mais suas finanças. Embora não tenha avançado com um programa amplo de venda de ativos devido à baixa atratividade dos preços atuais do petróleo, o Morgan stanley acredita que desinvestimentos seletivos podem ocorrer futuramente.
Ajustes nas projeções e riscos associados
Com a melhora operacional, o banco retirou o peso pessimista de 50% que havia atribuído anteriormente ao cenário da Brava. As projeções foram ajustadas de forma conservadora, considerando apenas reservas provadas em desenvolvimento e uma redução gradual dos custos operacionais. O principal risco para a tese de investimento está na volatilidade do preço do petróleo no longo prazo, já que uma variação de US$ 5 no Brent pode alterar o preço-alvo da ação em cerca de R$ 6,50, o que representa 23% do valor estimado.
Conclusão: um novo capítulo para a brava Energia
Apesar dos desafios históricos, a trajetória recente da Brava Energia indica uma mudança significativa em seu desempenho operacional e financeiro. O Morgan stanley reforça a recomendação de compra para as ações da empresa, destacando que o mercado deve reconsiderar a posição da Brava em relação aos seus concorrentes, especialmente diante dos avanços concretos observados nos últimos meses.