Brasil: Paul Krugman condena tarifa de 50% imposta por Trump em meio a tensão política
acrescento Contundente do Nobel de Economia Contra Medida Tarifária dos EUA
O renomado economista americano Paul Krugman criticou severamente a decisão do ex-presidente Donald Trump de impor uma taxa de 50% sobre produtos exportados pelo Brasil. em um artigo intitulado “Programa de Proteção a Ditadores de Trump”, ele classificou essa medida como um ato autoritário e desproporcional, com motivações políticas evidentes.
Segundo Krugman, o impacto econômico da tarifação é questionável, já que as vendas brasileiras para o mercado estadunidense representam menos de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Ele ressaltou o tamanho da população brasileira – superior a 200 milhões – para argumentar que os Estados Unidos não dispõem do poder real necessário para pressionar uma nação desse porte apenas via tarifas comerciais.
“Essa manobra mostra-se mais como um instrumento político voltado a enfraquecer processos democráticos no Brasil”, escreve o economista, sugerindo que tal atitude poderia justificar até mesmo procedimentos legais contra Trump nos Estados Unidos. ele sinaliza que essa seria mais uma reviravolta negativa na deterioração institucional norte-americana recente.
A Utilização das Tarifas Como ferramenta Política
Krugman destaca ainda que os altos impostos alfandegários aplicados ao Brasil visam prejudicar diretamente as investigações e processos envolvendo Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal brasileiro. para ele, este é um exemplo claro onde as tarifas são empregadas com objetivos políticos externos, prática não inédita na história comercial americana.
No texto divulgado na última quarta-feira (9), foi revelada uma carta enviada por Donald Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nela, explica-se que a imposição dos novos tributos decorre também da insatisfação americana com julgamentos considerados pelo governo dos EUA como “uma vergonha internacional” relacionados ao ex-presidente brasileiro.
Em resposta oficial à provocação tarifária, Lula afirmou categoricamente que o Brasil não aceitará qualquer tipo tutelar externa e indicou que adotará medidas recíprocas fundadas na Lei da Reciprocidade Econômica para proteger seus interesses comerciais em âmbito global.
Tensão Comercial Entrará Em Vigência Em Agosto; Impactos E Estrutura Do Comércio Bilateral
A taxa estabelecida por Washington deve ser ativada a partir do dia primeiro de agosto deste ano. No comunicado oficial usado para anunciar tal ação unilateralmente punitiva contra o Brasil, houve acusações sem comprovações quanto à suposta interferência brasileira nas eleições americanas e violação aos direitos fundamentais relacionados à liberdade expressão nos EUA.
Analisando dados históricos disponibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), observa-se forte desequilíbrio favorável aos Estados Unidos na balança comercial entre os dois países durante os últimos quase três décadas – totalizando US$48 bilhões em superávit norte-americano desde 1997. Estes números mostram claramente quem detém maior vantagem econômica nessa relação bilateral complexa e multifacetada.