Brasil: Tarifas dos EUA Podem Reduzir Investimentos no setor de Mineração
O Brasil enfrenta um possível recuo nos aportes financeiros destinados ao setor de mineração até 2029, em decorrência da recente imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelo governo dos Estados Unidos, conforme comunicado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) na última sexta-feira, 11 de julho de 2025.
Revisão dos Investimentos e Consequências para a Indústria
O Ibram destacou que o montante inicialmente previsto para investimentos no setor mineral brasileiro, estimado em US$ 68,4 bilhões até o final da década, poderá ser reconsiderado para valores inferiores devido à nova política tarifária americana. A entidade ressaltou que,caso as tarifas sejam efetivadas,o impacto será expressivo para a mineração nacional,comprometendo o ambiente de negócios e a competitividade do Brasil no mercado internacional.
Contexto do Comércio bilateral e Produtos Afetados
Os Estados Unidos representam cerca de 4% do volume total das importações brasileiras de minérios,posicionando-se como o 12º maior comprador em termos de tonelagem. Entre os principais produtos exportados para o mercado norte-americano estão o ouro, pedras naturais, rochas ornamentais, ferro, caulim e nióbio, commodities essenciais para diversas cadeias produtivas.
Reação do Setor e Perspectivas Futuras
O Ibram repudiou a medida adotada pelos EUA,argumentando que ela compromete o histórico de negociações estáveis e transparentes que vinham sendo mantidas no comércio internacional de minérios.Entre as associadas da entidade estão grandes empresas como Vale, BHP, Gerdau, CSN, CBMM e CBA, que poderão rever suas estratégias de investimento diante do cenário tarifário adverso.
Especialistas do setor alertam que a imposição dessas tarifas pode desencadear uma cadeia de efeitos negativos, incluindo a redução da competitividade brasileira no mercado global e a possível diminuição da geração de empregos ligados à mineração, que atualmente emprega diretamente mais de 200 mil trabalhadores no país.