Inflação na Argentina Sobe Menos que o Esperado em Junho: Vitória para Milei Antes das Eleições

Argentina: Inflação Apresenta⁢ Aumento Moderado ⁤e fica Abaixo das Expectativas em Junho

A Argentina registrou‌ um crescimento moderado da inflação no⁣ mês de junho, ‍superando positivamente as previsões econômicas e consolidando um cenário favorável para o governo do​ presidente Javier Milei às vésperas das eleições legislativas de meio de mandato.

Dados Mensais‌ e Anuais Revelam Desaceleração dos Preços

No último mês, os preços ​ao consumidor subiram 1,6% em comparação a maio, índice inferior à mediana estimada pelos especialistas que apontava para 1,9%. Essa variação contribuiu para uma desaceleração ‍da inflação anual que atingiu 39,4%, conforme divulgado pelo governo. Vale‌ destacar que a taxa registrada em maio foi a menor desde 2020, com ⁢apenas 1,5%.

Fatores Sazonais e Câmbio influenciam Estabilidade dos Preços

A expectativa inicial ⁢era de uma alta mais acentuada na ‌inflação de junho devido à ausência do efeito sazonal positivo observado ‍no mês anterior – especialmente pela queda nos preços de frutas e verduras. No entanto, a⁣ redução nos valores internacionais das commodities alimentares ajudou a⁣ conter o avanço dos custos internos. Paralelamente, o⁢ peso⁢ argentino sofreu desvalorização próxima a 1,2% durante junho por conta da volatilidade⁢ cambial dentro das bandas estabelecidas pelo Fundo Monetário internacional (FMI).

“Manter a inflação ‌abaixo dos 2% é um‌ resultado animador ⁣mesmo considerando as oscilações sazonais nos alimentos”, afirmou Sebastian Menescaldi, diretor da consultoria EcoGo. “O destaque fica‍ para o núcleo inflacionário que caiu abaixo desse‍ patamar pela primeira ‌vez.”

Perspectivas Econômicas Frente às Eleições⁣ e Volatilidade Cambial

No início de julho houve uma queda adicional no valor do peso argentino – cerca de 5% nas duas primeiras semanas – motivada principalmente pela maior demanda por dólares antes do período tradicionalmente movimentado pelas férias escolares na América do Sul e pelo clima ‌político instável⁣ pré-eleitoral.

Recentemente aprovadas pelo senado argentino estão medidas legislativas que podem comprometer o superávit fiscal conquistado com esforço pelo atual governo – ⁤elemento central da estratégia econômica adotada ‌por milei.

“A volatilidade é ​esperada neste momento delicado”, comentou Luis Caputo, ministro da Economia durante entrevista ‌televisiva realizada‍ no dia da independência nacional (9 de julho). “Mas não representa‍ ameaça significativa ao mercado.”

Cenário econômico Atual: Juros Elevados e⁢ Crescimento Projetado

A partir do acordo firmado‌ com o FMI em ⁤abril deste ano houve elevação expressiva nas taxas básicas de juros para níveis positivos. Apesar disso ter reduzido seu diferencial recentemente; esse custo elevado tem freado‍ parcialmente a‌ retomada econômica – ainda assim marcada por avanços importantes comparados ao ano anterior.

Economicistas ligados ao Banco Central projetam expansão próxima aos 5% para este exercício fiscal.


 

Eleições Legislativas Definem Futuro Político-Econômico Nacional

A população argentina irá às‌ urnas em outubro para renovar grande parte dos assentos no Congresso ⁣Nacional. O desempenho⁢ econômico será tema central durante essa disputa eleitoral.
Além disso, a província mais populosa, Buenos Aires, sediará eleições locais já ⁤em setembro.
Um resultado positivo nessas votações poderá reforçar confiança entre investidores sobre ​continuidade das reformas pró-mercado implementadas recentemente.