Argentina em Crise e Transformação: O Desafio do Governo Milei Entre Crescimento Econômico e Protestos Sociais

Argentina: Crescimento Econômico Acompanhado de Desafios Sociais Persistentes

No cenário econômico da Argentina, o país registrou uma expansão anual de 5% em maio de 2025, segundo informações do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec), mantendo um ritmo ascendente pelo oitavo mês consecutivo. Ainda que positivo, o desempenho ficou abaixo das projeções do mercado, que esperavam um crescimento próximo a 5,8%.

Destaques Setoriais no Desempenho Econômico

O avanço econômico teve como destaque o setor financeiro, que apresentou um crescimento expressivo de 25,8%, além do setor pesqueiro, com progresso significativo de 12,2%. Apesar desses avanços setoriais relevantes, houve uma pequena retração mensal na atividade econômica entre abril e maio na ordem de 0,1%.

Análise do produto Interno Bruto (PIB) no Ano Corrente

No acumulado do primeiro trimestre de 2025 comparando com os últimos meses de 2024 foi registrada uma alta moderada no PIB argentino da ordem de 0,8%.Em relação ao mesmo período do ano anterior saltou substancialmente alcançando crescimento aproximado a 5,8%, principal incremento desde os impactos econômicos decorrentes da pandemia em 2020. Analistas tinham expectativas levemente superiores situadas em torno dos 6,1%.

Principais Intervenções Econômicas sob Liderança Milei

A partir da posse em dezembro de 2023 do presidente Javier Milei – conhecido por posições ultraliberais – foram implementadas reformas econômicas significativas para combater a crise prolongada. Entre as medidas estão a interrupção das obras públicas federais e suspensão dos repasses financeiros aos governos estaduais.

A eliminação dos subsídios nos serviços essenciais como água potável, eletricidade, gás natural e transporte resultou em aumento considerável nas tarifas para as famílias argentinas. Mesmo diante dessa contenção rigorosa nos gastos governamentais ocorreu redução acelerada na inflação mensal chegando próxima a taxa recente estimada em torno de 1.6%.

Desafios Sociais Frente à Recuperação Econômica

Permanecem preocupantes os índices sociais: mais da metade da população esteve abaixo da linha da pobreza durante o primeiro semestre deste ano (52.9%). Todavia este percentual retraiu para aproximadamente 38.1%, representando cerca onze milhões pessoas até meados do segundo semestre.

A tensão social manifestou-se por meio de grandes protestos regionais; no entanto mesmo diante desse quadro interno complexo o governo liderado por Milei conquistou superávits fiscais seguidos – fator relevante para resgatar recentemente a confiança crescente dos investidores internacionais acerca da estabilidade macroeconômica argentina.