Fernando Frazão/Agência Brasil
Novo Banco de Desenvolvimento avança com projetos e investimentos, destaca dilma Rousseff
A ex-presidente Dilma Rousseff, atual líder do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) – conhecido também como banco dos BRICS – revelou que a instituição multilateral já contratou 122 iniciativas que totalizam aproximadamente US$ 40 bilhões. A prestação de contas foi feita neste sábado, dia 5.
Desafio financeiro e recuperação da captação
Dilma relatou um desafio importante enfrentado pelo banco: uma grave crise de liquidez que resultou em uma pausa nos financiamentos ao mercado durante quinze meses.”Esse hiato impactou diversos aspectos operacionais e comprometeu nosso desempenho em relação à execução do planejamento estratégico para o período entre 2022 e 2026. No entanto, estamos avançando para cumprir essas metas”, afirmou.
Ela destacou o retorno do NDB ao mercado financeiro em março de 2023 com uma captação significativa de US$1,25 bilhão e informou que desde sua chegada à presidência da instituição já foram captados mais de US$16 bilhões.
“Só neste primeiro semestre deste ano conseguimos captar cerca de US$3,1 bilhões,” complementou Dilma.
Investimentos no Brasil: números expressivos no portfólio
No âmbito nacional, o conselho diretor do NDB aprovou até agora no total vinte e nove projetos brasileiros somando investimentos na casa dos US$7 bilhões. Desse montante, R$4 bilhões já foram efetivamente desembolsados pelo banco – representando cerca de 18% dos fundos liberados globalmente pela entidade financeira até o momento.
“Além disso”, acrescenta Dilma Rousseff, “o banco mantém atualmente em carteira projetos avaliados em US$2,3 bilhões locais.”
Tendências internacionais: desmistificando a desdolarização global
A ex-presidente compartilhou seu ponto de vista sobre as recentes discussões acerca da suposta perda da predominância do dólar nas transações internacionais. Segundo ela, apesar do aumento na utilização das moedas nacionais nas negociações comerciais entre países – como é o caso recorrente das operações com petróleo denominadas em moedas locais há anos - não há evidências claras apontando para uma desdolarização efetiva.
“Vejo mais um processo natural de diversificação dos ativos financeiros buscando segurança por parte dos investidores globais”, explica Dilma Rousseff. “A decisão sobre esses movimentos vem diretamente do mercado financeiro internacional que ainda se mantém fortemente dolarizado.”
Expansão regional e fortalecimento local são prioridades estratégicas
no encerramento da coletiva concedida aos jornalistas após o décimo encontro anual do Conselho Governador realizado no Rio de Janeiro, a presidente ressaltou as prioridades atuais do NDB:
- Ampliar capacidades para financiamentos utilizando moedas locais;
- Pulsar na expansão gradual da lista oficial dos países-membros dentro deste bloco multilateral;
Tais ações visam consolidar ainda mais a relevância geopolítica financeira desta instituição criada pelos BRICS visando desafios próprios frente ao cenário econômico contemporâneo mundial.