Usiminas (USIM5) recua após resultados abaixo do esperado no 2º tri

Linha de produção em uma planta de laminação a quente. REUTERS/Aly Song

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O Bradesco BBI avaliou que os resultados do segundo trimestre de 2025 da Usiminas (USIM5) vieram mais fracos do que o esperado e devem provocar uma reação negativa do mercado — o que de fato se confirmou. As ações da siderúrgica operam em baixa nesta sexta-feira (25), após a divulgação dos resultados. Os papéis fecharam com queda de 1,87%, cotados a R$ 4,20.

Embora a companhia projete uma melhora no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) trimestre contra trimestre na divisão de Aço, o BBI destaca que essa recuperação se baseia principalmente na expectativa de redução de custos, uma área em que a empresa tem ficado aquém das estimativas nos últimos trimestres.

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O BBI também chamou atenção para a projeção da Usiminas para o terceiro trimestre de 2025 (3T25), que indica volumes de vendas estáveis e preços realizados mais fracos, refletindo a fragilidade persistente do mercado. Essa leitura confirma a expectativa do banco de que novas revisões negativas nos lucros ainda podem ocorrer em todo o setor de aço brasileiro.

Mesmo com a sazonalidade tipicamente mais favorável no terceiro trimestre, o Bradesco BBI ressalta que a projeção da empresa ainda sugere volumes de vendas fracos nas divisões de aço e minério de ferro.

Embora o BBI tenha considerado positivos os esforços da Usiminas para reduzir o nível de investimentos, observou que a nova faixa projetada de R$ 1,2 bilhão a R$ 1,4 bilhão em CAPEX já estava amplamente contemplada em sua estimativa de R$ 1,4 bilhão. Assim, o banco mantém uma postura cautelosa em relação ao setor de aço no Brasil.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) ajustado da Usiminas ficou 26% abaixo do consenso de mercado, de R$ 553 milhões, e 16% inferior à estimativa do próprio Morgan Stanley, de R$ 487 milhões. O Morgan atribui essa diferença, em relação aos seus números, a uma combinação de receita líquida menor com despesas administrativas (SG&A) mais altas.

O lucro por ação (LPA) normalizado foi de R$ 0,08, acima da projeção de R$ 0,05 do consenso de mercado e em linha com a expectativa do Morgan Stanley. De acordo com o banco, a estabilidade do lucro frente ao seu modelo se deve, principalmente, ao reconhecimento de um crédito tributário de R$ 50 milhões, ante uma estimativa de R$ 19 milhões em despesas, o que compensou o desempenho operacional mais fraco.

O caixa gerado pelas operações atingiu R$ 615 milhões, abaixo do consenso de R$ 801 milhões, mas acima da projeção do Morgan Stanley, de R$ 539 milhões, com a surpresa positiva explicada por uma liberação de capital de giro acima do esperado, apesar do EBITDA mais fraco.

João Daronco, analista CNPI da Suno Research, avaliou que, apesar da melhora na base anual e da sólida posição financeira, os resultados do 2T25 foram fracos e refletem o ambiente competitivo extremamente desafiador para a indústria do aço no Brasil. O setor enfrenta pressão devido à queda generalizada dos preços e à forte concorrência dos produtos importados.

Daronco destaca que a sustentabilidade da recuperação das margens, esperada pela gestão para o terceiro trimestre por meio da redução de custos, dependerá fundamentalmente de uma melhora no cenário de preços domésticos.

Ele reforça que o resultado evidencia, mais uma vez, as fragilidades do segmento de aço brasileiro diante de um cenário macroeconômico desfavorável.

O Itaú BBA informou que a Usiminas reportou um EBITDA ajustado 13% abaixo da sua estimativa. A diferença em relação à projeção do Itaú BBA foi atribuída principalmente ao desempenho abaixo do esperado nos preços e volumes da divisão de aço.

O BBA destacou que, olhando para o futuro, a empresa projeta uma melhora sequencial nos resultados do setor de aço no terceiro trimestre. Além disso, o Itaú BBA ressaltou que a Usiminas anunciou uma redução na projeção de investimentos em capital para 2025, com o ponto médio dessa faixa alinhado ao modelo do banco. Também foi aprovada a realização de investimentos de R$ 1,7 bilhão para a reconstrução da Coqueria 2, com desembolsos previstos entre 2026 e 2029.

O BBA manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 5,90.

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