Espanha: BBVA amplia acesso ao Bitcoin e Ethereum para clientes de varejo
No cenário espanhol, o BBVA, segunda maior instituição financeira do país, lançou recentemente funcionalidades completas de negociação e custódia das criptomoedas Bitcoin e Ethereum para seus consumidores individuais. Esta iniciativa representa um avanço significativo na oferta regulamentada de ativos digitais em toda a Europa.
BBVA integra serviços cripto diretamente em seu app móvel
A novidade está plenamente incorporada à plataforma digital proprietária do banco, que funciona sem dependência de terceiros ou parceiros externos para a custódia dos ativos. Dessa forma, os usuários têm autonomia plena para realizar operações por conta própria, embora o banco deixe claro que não atua como consultor financeiro ou oferece recomendações de investimento.
Quatro anos consolidando a estratégia cripto da BBVA na Europa
A expansão aconteceu após obtenção da aprovação regulatória da Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) da Espanha em março de 2025. A licença autoriza o BBVA a disponibilizar esses serviços às pessoas maiores de idade no país.
“nosso foco é tornar simples investir em criptomoedas para clientes comuns espanhóis por meio de uma plataforma digital acessível diretamente pelo celular”, comentou Gonzalo Rodríguez, responsável pelo segmento varejo no país.
A oferta está alinhada com as normas europeias definidas pela regulação MiCA (Markets in crypto-Assets), que padroniza requisitos legais sobre operações com criptoativos dentro dos países membros da união Europeia.
A experiência espanhola se baseia em iniciativas anteriores bem-sucedidas do banco na Suíça desde 2021 – onde começaram oferecendo serviço exclusivo a clientes private banking com suporte a Bitcoins - ampliando depois o portfólio com outras moedas digitais como Solana, XRP e AVAX.Recentemente o banco tem recomendado alocações entre 3% e 7% desses ativos nas carteiras dos investidores mais abastados.
“Uma parcela pequena como 3% dedicada à criptomoeda traz exposição controlada ao risco e pode contribuir positivamente na diversificação das carteiras”, explicou philippe Meyer líder das soluções blockchain no braço suíço.
Crescimento acelerado do mercado cripto espanhol frente à resistência bancária europeia
Diversificando ainda mais sua gama digital, o banco adicionou suporte à stablecoin USDC desde setembro de 2024 para seus clientes suíços institucionais e particulares. Essa funcionalidade permite transações rápidas entre moedas fiduciárias tradicionais – euro ou dólar – facilitando negociações seguras contra volatilidades extremas típicas das criptos comuns.
Pese embora cerca de 95% dos bancos europeus evitem atuar neste setor devido às diretrizes cautelosas da Autoridade Europeia dos Mercados Financeiros (ESMA), dados recentes apontam forte crescimento no interesse espanhol pelas moedas virtuais: segundo pesquisa publicada pelo Banco central Europeu em janeiro deste ano, quase 9% da população local agora possui algum tipo ativo digital – um valor mais que dobrado se comparado ao registrado há dois anos atrás.
Neste intervalo recente (2023-24), foram recebidos mais US$80 bilhões denominados em criptomoedas no território espanhol – tornando-o quinto lugar entre países europeus neste quesito conforme relatório Chainalysis.
Taxa sobre ganhos cripto atinge até 28%, desafiando expansão rápida
No meio desse avanço expressivo existe também uma tributação rigorosa: residentes devem declarar ganhos superiores a €6 mil oriundos dessas transações conforme regras brasileiras aplicadas pela Agencia estatal tributária (AEAT). Os percentuais variam progressivamente entre faixas fiscais pendendo assim entre os patamares mínimos próximos aos 19% até picos máximos alcançando quase terceira casa decimal: abaixo dos disponíveis atualmente nos principais mercados latinoamericanos mas ainda pesada relativamente aos benefícios promissores promovidos pelo setor tecnológico emergente .
Taxa significativa exige planejamento cuidadoso daqueles investindo direta ou indiretamente via plataformas bancárias.
…