Coreia do Sul Reforça Diretrizes para Inclusão de Ações Cripto em ETFs
A Coreia do Sul, por meio da Financial Supervisory Service (FSS), órgão regulador financeiro nacional, orientou as gestoras de fundos a moderarem a exposição a ações vinculadas ao universo das criptomoedas, como Coinbase e microstrategy, em seus portfólios de ETFs. Essa recomendação visa evitar uma concentração excessiva desses ativos digitais nos fundos negociados na bolsa local.
Histórico Regulatório sobre Ativos Digitais no País
Desde 2017, o governo sul-coreano adotou medidas restritivas para transações corporativas envolvendo criptomoedas devido aos riscos associados à lavagem de dinheiro e à volatilidade especulativa. essas normas impedem que instituições financeiras mantenham ou utilizem ativos digitais como garantias ou investimentos diretos.
Embora haja um movimento global em direção à flexibilização regulatória – especialmente nos Estados Unidos – a Coreia do Sul ainda não possui uma legislação definitiva que regule integralmente o mercado cripto dentro do país.
Crescimento Expressivo das Ações Relacionadas a Criptomoedas nos ETFs Locais
A presença crescente das chamadas “ações temáticas cripto” dentro dos ETFs domésticos chamou atenção da FSS. Fundos como o “ACE US Stock Bestseller”, administrado pela Korea investment Trust Management, alocam cerca de 14,59% dos seus recursos em ações da Coinbase. Outro exemplo é o “KoACT US Nasdaq Growth Company Active ETF”, que detém aproximadamente 7,44% em Coinbase e 6,04% em MicroStrategy – totalizando mais de 13% expostos ao setor cripto.
Complexidades na Regulação dos Fundos Passivos
Especialistas ressaltam que muitos desses ETFs são passivos e replicam índices financeiros diretamente. Assim,excluir arbitrariamente determinadas ações sem modificar os índices pode gerar distorções significativas no mercado financeiro local.Essa situação dificulta uma implementação rápida e eficaz das recomendações feitas pela FSS.
Desafios na Aplicação Local Diante da Globalização Financeira
No cenário interno há debates sobre a eficácia dessas restrições aplicadas exclusivamente aos fundos nacionais quando investidores já têm acesso indireto às mesmas ações por meio de produtos estrangeiros listados principalmente nos Estados Unidos. Limitar apenas os ETFs locais pode não ser suficiente para conter o fluxo financeiro direcionado ao segmento digital globalizado.
“Apenas restringir os ETFs domésticos dificilmente reduzirá os investimentos; muitos participantes já buscam alternativas internacionais,” comentam analistas próximos ao setor financeiro sul-coreano.