Brasil Apresenta Crescimento moderado no Estoque de Crédito em Junho, Enquanto Inadimplência Alcança Pico Histórico
No Brasil, o montante total de crédito registrou um avanço discreto em junho, atingindo R$ 6,686 trilhões segundo informações recentes do Banco Central. Embora o estoque de crédito tenha crescido 0,5% em relação a maio, as liberações de novos empréstimos recuaram 1,5% no mesmo intervalo.
Ritmo Anual do Crédito Diminui e Inadimplência sobe ao Maior Nível desde 2018
O crescimento anual do estoque total desacelerou para 10,7% em junho ante os 11,8% observados no mês anterior.Simultaneamente, a taxa de inadimplência nos financiamentos com recursos livres alcançou 5%, valor mais elevado desde fevereiro de 2018.esse cenário evidencia maiores dificuldades enfrentadas pelos tomadores que negociam diretamente as condições dos empréstimos com as instituições financeiras.
Concessões Sofrem Redução e Taxas Médias Permanecem Estáveis
No segmento dos recursos livres – onde bancos e clientes definem livremente os termos das operações – houve uma queda nas concessões da ordem de 1,4%. Já nos financiamentos com recursos direcionados pelo governo a retração foi mais intensa: -2,3%. Apesar dessas variações nas liberações creditícias, as taxas médias cobradas mantiveram-se praticamente inalteradas. Os juros sobre créditos livres permaneceram estáveis por volta de 45,4%, enquanto os juros dos créditos direcionados apresentaram leve redução para cerca de 11,8%.
Spread Bancário Continua Elevado e Copom Avalia Próximos Passos na Política monetária
A diferença entre o custo que os bancos têm para captar recursos e a taxa final cobrada ao consumidor – conhecida como spread bancário – manteve-se estável nos créditos livres em aproximadamente 31,6 pontos percentuais. Este indicador reflete desafios estruturais persistentes no sistema financeiro brasileiro que influenciam diretamente o custo do crédito para pessoas físicas e jurídicas.
Nesta semana está agendada nova reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Após elevar a taxa Selic para níveis recordes próximos a 15% visando conter pressões inflacionárias recentes,o Copom sinaliza uma possível pausa na sequência dos aumentos da taxa básica neste ciclo econômico.