Israel intensifica ataques em Gaza e determina retirada de zonas centrais

País: Israel / Palestina

O Exército de Israel anunciou uma nova ordem para que civis deixem as regiões centrais da Faixa de Gaza, onde até então a presença militar terrestre era limitada. Essa decisão impacta diretamente o acesso entre Deir al-Balah e as cidades do sul, como Rafah e Khan Younis, locais que abrigam diversas organizações internacionais responsáveis pela distribuição de ajuda humanitária.

Escalada das operações militares e consequências para a população civil

Segundo dados do Ministério da Saúde palestino, pelo menos 73 pessoas morreram enquanto aguardavam assistência humanitária em diferentes pontos da região neste domingo. A maior parte das vítimas ocorreu no norte da Faixa de Gaza, onde 67 palestinos foram mortos ao tentar obter suprimentos na passagem fronteiriça de zikim.

As Forças de Defesa Israelenses (IDF) comunicaram via Telegram que estão ampliando suas operações terrestres na área de Jabalia contra grupos armados. até o momento, centenas de instalações ligadas a atividades terroristas foram destruídas, armas confiscadas e dezenas combatentes neutralizados. O governo israelense justifica essas ações como necessárias para garantir a segurança dos moradores nas comunidades próximas à faixa.

Cenário crítico para o atendimento humanitário

A situação nos hospitais locais se agrava com mais de 150 feridos registrados; muitos deles em estado grave.Testemunhas relataram disparos por parte do Exército contra multidões que buscavam auxílio – informação ainda não confirmada oficialmente pelas autoridades militares israelenses.

No hospital Shifa, principal unidade médica do norte da Faixa, foram contabilizados 48 mortos e cerca de 150 feridos relacionados aos ataques durante tentativas frustradas para receber ajuda por meio dos caminhões destinados à passagem Zikim. No sul da região, o hospital Nasser registrou 17 óbitos e quase setenta feridos próximos aos pontos onde ocorre a distribuição dos suprimentos em Rafah.

Dificuldades logísticas provocadas pela ordem evacuativa

A determinação para evacuar áreas centrais inclui regiões onde muitas agências internacionais atuam na entrega dos recursos essenciais à população local. Representantes das Nações Unidas buscam esclarecimentos junto às autoridades israelenses sobre se as instalações situadas no sudoeste do município Deir al-Balah estão incluídas nessa nova ordem.

A retirada compulsória compromete severamente os deslocamentos tanto dos grupos humanitários quanto dos civis residentes nessas áreas afetadas.O porta-voz militar Avichay Adraee reforçou que os ataques continuarão com intensidade contra elementos considerados terroristas e orientou os moradores – inclusive aqueles abrigados em tendas – a se dirigirem até Muwasi: um acampamento designado por Israel como zona segura localizada na costa sul da Faixa.

Contexto histórico recente do conflito atual

A escalada atual faz parte do conflito iniciado há quase dois anos após um ataque surpresa realizado pelo Hamas ao sul do território israelense em outubro de 2023. Na ocasião, aproximadamente 1.200 pessoas perderam a vida enquanto outras centenas foram feitas reféns; estima-se que metade desses prisioneiros ainda esteja sob custódia adversária.

A resposta militar subsequente das forças israelenses resultou na morte estimada superior a 58 mil palestinos segundo dados oficiais locais – número marcado principalmente por mulheres e crianças entre as vítimas fatais conforme relatórios reconhecidos internacionalmente apesar das controvérsias políticas envolvidas.

Tensões diplomáticas persistem sem avanços significativos nas negociações

No contexto dessas ações militares intensificadas há expectativa sobre possíveis acordos negociados envolvendo cessar-fogo mediado pelo Catar; contudo interlocutores indicam estagnação nas conversas há vários meses sem progresso relevante até agora.

Diante desse cenário dramático,o Fórum das Famílias dos Reféns criticou duramente as ordens recentes exigindo explicações claras ao governo Netanyahu sobre os objetivos estratégicos dessas operações centradas especialmente nas regiões urbanas mais densamente povoadas dentro da faixa central.< / p >