Brasil: ibovespa Enfrenta Queda em Meio a Tensões Comerciais e Desafios Fiscais
Mercado brasileiro reage a cenário externo e interno
Apesar da valorização dos índices nas bolsas de Nova York e do aumento de 0,68% no preço do minério de ferro no mercado de Dalian, na China, o Ibovespa iniciou a sessão desta segunda-feira em baixa. O feriado da Revolução Constitucionalista de 1932 no Estado de São Paulo não afetou o funcionamento dos mercados financeiros, que operaram normalmente.
Investidores atentos a tarifas e impasse fiscal
O receio dos investidores está centrado nos possíveis anúncios de novas tarifas pelo governo dos Estados Unidos,liderado pelo presidente Donald Trump,além da indefinição sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A agenda global apresenta poucos indicadores relevantes, o que mantém o mercado em alerta para notícias que possam impactar o cenário econômico.
Banco Central e política monetária em destaque
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participou de uma audiência na Câmara dos Deputados, onde enfatizou a necessidade de manter a taxa de juros em patamar suficientemente restritivo para garantir o cumprimento da meta de inflação no horizonte previsto. Atualmente, o teto da meta inflacionária está fixado em 4,5%, enquanto o piso é de 3%, níveis que permanecem fora do alcance, segundo Galípolo.
Expectativa pela ata do Federal Reserve e dados do IPCA
Às 15h, será divulgada a ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve, detalhando a decisão de política monetária de junho. O mercado internacional observa a possibilidade de que membros do FOMC discutam a redução da taxa básica de juros já em julho. No Brasil, a atenção se volta para a divulgação do IPCA oficial de junho, prevista para quinta-feira (10), que poderá influenciar as expectativas sobre a trajetória da Selic.
Perspectivas para a Selic e o desempenho do Ibovespa
Com sinais recentes de desaceleração da inflação e da atividade econômica, cresce a especulação de que o Banco Central possa antecipar o início do ciclo de redução da Selic para dezembro de 2025, antes do previsto. Pedro Moreira, sócio da One Investimentos, destaca que o ibovespa poderá apresentar recuperação caso o IPCA de junho confirme a tendência de desaceleração observada no IPCA-15 do mês anterior. Contudo, a queda das ações de commodities e dos grandes bancos limita o potencial de alta do índice, mesmo com o desempenho positivo das bolsas americanas.
Impacto das tarifas dos EUA e cenário fiscal brasileiro
Na última sessão, o Ibovespa fechou em baixa de 0,13%, aos 139.302,85 pontos, influenciado por anúncios de tarifas sobre produtos como o cobre. Nesta segunda-feira, o presidente Trump anunciou a intenção de aplicar medidas tarifárias contra pelo menos sete países, além de ameaçar uma sobretaxa de 10% sobre nações do Brics e possíveis tarifas adicionais à União Europeia ainda nesta semana.
gustavo Assis, CEO da Asset Bank, avalia que a combinação de incertezas internas, como a fragilidade fiscal e a insegurança jurídica, com a escalada das tensões comerciais externas, tem pressionado negativamente a percepção de risco sobre o Brasil. O país enfrenta atualmente um ambiente de juros elevados, o que agrava o cenário para investidores.
negociações sobre o IOF e desafios para o governo
O governo brasileiro busca soluções para o impasse envolvendo o IOF. Recentemente, os presidentes da Câmara e do Senado se reuniram com os ministros da Fazenda e da Secretaria de Relações institucionais, além de líderes governamentais, para discutir alternativas que possam aliviar a pressão fiscal. Paralelamente,o INSS estima que será necessário devolver cerca de R$ 3,3 bilhões aos aposentados devido a descontos indevidos realizados entre 2020 e 2025.
Resumo do desempenho do mercado nesta segunda-feira
Por volta das 11h24, o Ibovespa registrava queda de 0,61%, aos 138.453,48 pontos, oscilando entre mínima de 138.204,48 pontos (-0,79%) e máxima de 139.330,70 pontos (+0,02%). As ações da Petrobras (PETR4) recuavam entre 0,55% e 1,09%, enquanto as da Vale (VALE3) caíam 0,70%. Os papéis dos bancos também apresentavam perdas, com o Itaú Unibanco (ITUB4) caindo 1,40% e o Banco do Brasil (BBAS3) recuando 0,55%.