Argentina apresenta redução gradual da inflação e inicia reformas estruturais
Argentina: no mês de junho de 2025, a inflação no país atingiu 1,6%, conforme divulgado pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). Este dado aponta para uma leve alta em comparação ao índice de maio, que foi o menor dos últimos cinco anos, com 1,5%. O acumulado em doze meses até junho revelou um patamar de 39,4%, mostrando queda ante os 43,5% previamente registrados.
Tendências na gestão econômica sob Javier Milei
A trajetória da inflação durante o primeiro ano do governo ultraliberal do presidente Javier Milei indica avanços significativos. Após uma forte desaceleração inicial que chegou a estagnar entre 2% e 3% mensais por algum tempo, houve nova diminuição nos índices inflacionários.
Ajustes econômicos profundos frente à crise recessiva
A Argentina enfrenta um cenário de recessão duradoura. Desde sua posse em dezembro de 2023,o presidente optou por suspender obras públicas federais e cessar repasses financeiros aos estados. Além disso, eliminou subsídios essenciais sobre tarifas como água, energia elétrica, gás natural e transporte público – refletindo num aumento expressivo dos custos ao consumidor final.
No campo social, a pobreza atingiu níveis preocupantes: no primeiro semestre deste ano estava em cerca de 52,9% da população; contudo houve melhora na segunda metade do ano com queda para aproximadamente 38%, cifra que abrange cerca de 11 milhões de argentinos. Este ambiente gerou manifestações populares pelo país devido à insatisfação generalizada.
Superávits fiscais e retomada da confiança internacional
A despeito das dificuldades sociais imediatas enfrentadas pela população argentina,o governo conseguiu manter superávits orçamentários consecutivos - receita acima das despesas – recuperando gradualmente a credibilidade perante investidores nacionais e estrangeiros.
Parceria estratégica com o Fundo Monetário Internacional (FMI)
No dia 11 abril foi firmado um acordo financeiro que garantiu empréstimos internacionais na ordem dos US$20 bilhões junto ao FMI. Uma primeira parcela no valor aproximado de US$12 bilhões já foi liberada pouco tempo depois para fortalecer as reservas cambiais argentinas.
Diante deste suporte financeiro histórico – somando-se às dívidas anteriores superiores a US$40 bilhões contraídas pelo país – tornou-se imperativo conter a escalada inflacionária para fomentar ambiente favorável aos negócios e investimentos externos.
Assim sendo, há meta clara estipulada para manter inflação mensal abaixo dos dois pontos percentuais.
Liberalização cambial impulsionada pelas novas políticas monetárias
Pela primeira vez desde 2019 ocorre modificação substancial nos mecanismos chamados “cepo cambial”: o Banco Central implementou sistema flutuante onde valor do peso se define segundo forças livres do mercado (oferta x demanda). Esta medida permite flexibilizar restrições impostas anteriormente à compra legalizada – tanto parte pessoa física quanto jurídica-de moedas estrangeiras como dólar americano.
Nesta linha recente foram autorizadas diversas ações juntamente com medidas fiscais relacionadas:
‧ Permissão oficial desde final maio para utilização legalizada sem declaração prévia dos dólares mantidos fora das instituições financeiras;
‧ Flexibilização plenas no mercado emissor títulos públicos podendo ser negociados tanto em pesos quanto dólares;
‧ Lançamento programa captador empréstimo equivalente USD $+/-02 bi via emissões especiais;
‧ Compromisso formal reduzido esforço monetário/inflacionário por parte do Banco Central.
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O conjunto dessas iniciativas visa estabilizar indicadores macroeconômicos básicos – entre eles controle duradouro da inflação -, aumentar reservas comerciais externas argentinas,}, aprimorar cotação externa local e criar atmosfera propícia ao fluxo sustentável contínuo de investimentos estrangeiros. Ao mesmo tempo promove avanços firmes rumo ao ajuste estrutural necessário numa economia convalescente.