Brasil: Lula critica atuação do FMI e Banco Mundial durante cúpula dos BRICS
Presidente destaca distorções financeiras em favor dos países desenvolvidos
No último domingo (6), o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva fez duras críticas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial. Segundo ele, essas instituições promovem uma espécie de “Plano Marshall invertido”, onde são as nações emergentes que acabam bancando as economias já consolidadas globalmente.
A declaração foi feita durante a segunda sessão plenária da reunião dos líderes do BRICS, realizada no Museu de Arte Moderna (MAM), no Rio de Janeiro. O encontro teve como foco o reforço do multilateralismo, questões econômicas globais e o papel crescente da inteligência artificial nos mercados.
Reflexos históricos e atuais: um contraste entre ajuda e financiamento internacional
O presidente lembrou que o Plano Marshall original foi um programa estadunidense para auxiliar a recuperação europeia após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). No entanto, conforme alertou Lula, hoje esse apoio internacional decai justamente para os países mais vulneráveis. Em contrapartida, aumentam-se os encargos das dívidas nas nações em desenvolvimento.
Lula enfatizou ainda que enquanto esses organismos focam suas ações predominantemente no mundo desenvolvido, os fluxos financeiros destinados às economias menos favorecidas se retraem substancialmente – uma tendência preocupante para cerca de 60% das populações globais afetadas pela pobreza ou instabilidade econômica.
Aumento da participação dos países em desenvolvimento no FMI é reivindicado pelo Brasil
Aproveitando sua liderança dentro do grupo BRICS - composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – o presidente pediu revisão imediata das cotas de votação desses países na estrutura decisória do FMI. Atualmente com aproximadamente 18% dos votos no fundo monetário global, Lula reivindica que esse percentual seja elevado para pelo menos 25%,refletindo melhor seu peso econômico crescente.
“As desigualdades nas decisões financeiras internacionais são evidentes”, afirmou ele durante sua fala. A mudança proposta tem impacto direto na capacidade dessas economias emergentes influenciarem políticas cambiais e crédito global diante das crises financeiras mundiais recentes.
Crescimento da desigualdade agrava cenário econômico global aponta chefe do Executivo brasileiro
Numa crítica contundente ao modelo neoliberal vigente – caracterizado pela redução da intervenção estatal na economia – Lula ressaltou como a concentração de riqueza está ampliando as disparidades sociais. Ele citou dados inquietantes: desde 2015 até hoje três mil bilionários acumularam ganhos superiores a US$ 6,5 trilhões mundialmente.
Diante desse contexto crítico apresentado aos membros do BRICS, fica evidente a necessidade urgente por reformas estruturais nas instituições financeiras internacionais para garantir maior justiça social nas políticas econômicas globais.
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