Brasil: Prisão em São Paulo marca avanço na investigação do maior ataque hacker ao Banco Central
Operação Magna Fraus desarticula esquema de fraudes milionárias envolvendo PIX e criptoativos
No Brasil, uma ação conjunta entre o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e a polícia Federal resultou na deflagração da Operação Magna Fraus, que visa desmantelar um grupo criminoso especializado em invasões digitais e fraudes financeiras. A quadrilha é suspeita de ter desviado mais de R$ 500 milhões em apenas três horas por meio do sistema PIX.
A operação, iniciada no dia 14 de julho, recuperou cerca de R$ 5,5 milhões em criptoativos após a apreensão da chave privada que possibilitou a transferência imediata dos valores para custódia judicial. Foram cumpridos dois mandados de prisão temporária e cinco buscas nos estados de Goiás e Pará. Os investigados responderão por crimes como invasão informática, furto eletrônico, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Os recursos recuperados serão depositados em conta judicial vinculada à 1ª Vara Criminal Especializada em Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro da capital paulista.
Contexto do ataque: falhas exploradas no sistema que conecta bancos ao PIX
A fraude está relacionada a um ciberataque ocorrido no início do mês contra uma empresa brasileira especializada em tecnologia da informação para o setor financeiro. Essa companhia atua como intermediária entre bancos menores e o Sistema Brasileiro de Pagamentos (SBP),responsável pela liquidação instantânea das transações via PIX.
No dia 30 junho pela madrugada, hackers utilizaram credenciais obtidas indevidamente para emitir ordens falsas via PIX simulando instituições financeiras atendidas pela empresa C&M Software (CMSW). O golpe durou aproximadamente três horas até ser detectado pelas equipes internas.
A C&M Software presta serviços para mais de 23 instituições financeiras homologadas pelo banco Central desde 2001. Entre as afetadas estão empresas como BMP – que confirmou publicamente o incidente – além da Credsystem e Banco Paulista segundo fontes não oficiais.
Síntese dos fatos: prisão do operador envolvido na venda das credenciais aos hackers
João Nazareno Roque, funcionário técnico da CMSW residente na Zona Norte paulistana foi detido sob suspeita direta pelo fornecimento das senhas utilizadas pelos criminosos digitais. Ele admitiu ter recebido R$ 15 mil pelo acesso ilegal ao sistema sigiloso que facilitou as transferências fraudulentas via PIX.
Roque relatou à polícia comunicação exclusiva com os hackers por WhatsApp durante o período do golpe; identificou quatro vozes jovens nas ligações recebidas naquele dia; afirmou ainda trocar frequentemente seu aparelho celular para dificultar rastreamento policial. O primeiro contato com os criminosos teria ocorrido meses antes próximo à sua residência.
A investigação também revelou bloqueio preventivo numa conta bancária utilizada para receber cerca R$ 270 milhões oriundos das operações ilícitas relacionadas ao esquema fraudulento.
Impactos financeiros e próximos passos nas investigações
Em resposta imediata ao incidente,o Banco Central suspendeu temporariamente os acessos às infraestruturas operadas pela CMSW enquanto prosseguem as apurações técnicas.
Uma força-tarefa integrada entre Polícia Civil,Sistema Federal,e MP-SP foi criada visando identificar demais envolvidos,rastrear ativos ilícitos remanescentes,e aprofundar análise forense nos dispositivos eletrônicos apreendidos.
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Micaella Ribeiro,diretora-executiva da IAM Brasil destaca que este caso reforça necessidade urgente reforço regulatório frente aos riscos crescentes associados à transformação digital acelerada no setor financeiro nacional.
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Posicionamento oficial da C&M Software sobre o incidente cibernético h2 >
A empresa reafirma seu compromisso com transparência,e informa estar colaborando integralmente com todas as autoridades competentes desde a identificação inicial do evento.
A CMSW esclarece que suas plataformas permanecem operacionais sob rigoroso monitoramento contínuo,
ressaltando que evidências apontam uso sofisticado técnicas sociais (“engenharia social”) para obtenção indevida das credenciais,
descartando falhas estruturais ou tecnológicas internas como causa primária.
Por respeito às investigações,a companhia mantém discrição pública enquanto os procedimentos estiverem ativos,
reiterando seus princípios éticos construídos durante seus mais de vinte anos atuando junto ao ecossistema financeiro brasileiro.
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