Brasil: Exportação de Carne Bovina Enfrenta Queda Significativa no Mercado Americano antes da Nova tarifa
O Brasil,maior exportador mundial de carne bovina,tem registrado uma redução acentuada nas vendas para os Estados Unidos nos últimos meses. Mesmo antes da aplicação oficial da tarifa adicional de 50% pelo governo americano, as exportações brasileiras para esse mercado caíram mais de 80%, segundo dados recentes do comércio exterior e análises do setor produtivo.
Queda Expressiva nas Remessas e Repercussões no Setor
A quantidade embarcada despencou drasticamente, passando de quase 48 mil toneladas em abril para menos de 10 mil toneladas em julho. Essa retração gerou impactos imediatos na cadeia produtiva nacional,levando frigoríficos em estados como Mato Grosso do Sul a interromper temporariamente suas operações voltadas ao mercado norte-americano. Embora a sobretaxa extra só entre em vigor oficialmente no início de agosto, desde abril já havia sido aplicada uma tarifa inicial de 10%, que acelerou o declínio das exportações.
No período entre maio e julho, as remessas mensais continuaram diminuindo: cerca de 27,4 mil toneladas foram enviadas em maio; apenas 18,2 mil toneladas chegaram aos EUA em junho; e até o dia 21 de julho o volume atingiu aproximadamente 9,7 mil toneladas – o menor índice registrado no ano até então.
Diálogo Comercial Entre Brasil e Estados Unidos
Diante desse cenário desafiador, representantes brasileiros têm intensificado conversas com importadores americanos e órgãos reguladores locais. O objetivo é inserir essa questão dentro das negociações comerciais bilaterais mais amplas entre os dois países para buscar alternativas que minimizem os prejuízos causados pelas novas tarifas sobre consumidores finais e processadores nos EUA.
Análise dos Resultados Comerciais Recentes
apesar da queda recente nas exportações mensais para os EUA, o Brasil segue como principal fornecedor desse mercado globalmente – superando concorrentes tradicionais como Austrália e uruguai. No primeiro semestre deste ano (2025), foram embarcadas cerca de 181,5 mil toneladas ao país norte-americano – um crescimento superior a 112% comparado ao mesmo período anterior – gerando receita próxima a US$ 1,04 bilhão.
No entanto, grande parte dessas vendas já enfrentava barreiras tarifárias devido à cota anual limitada a apenas 65 mil toneladas com alíquota preferencial; enquanto isso o Brasil vinha enviando quase três vezes esse volume aos EUA anualmente.
Efeitos Econômicos da Tarifa Adicional Sobre Preços e competitividade Brasileira
A imposição fixa da tarifa extra em 50% altera profundamente essa dinâmica comercial: embora o preço médio por tonelada tenha aumentado cerca de US$ 650 desde abril (de US$ 5.200 para US$ 5.850), esse reajuste não cobre integralmente os custos adicionais impostos pela nova tributação americana.
como consequência direta dessa mudança tarifária significativa, frigoríficos brasileiros projetam perdas financeiras relevantes . Além disso há preocupação crescente que concorrentes com acordos comerciais diferenciados – como Canadá e Argentina – possam rapidamente ocupar a fatia deixada pelo recuo brasileiro no mercado dos EUA.
Estrategistas Brasileiros Buscam Soluções Para Reduzir Impactos Negativos
No âmbito interno,o vice-presidente Geraldo Alckmin tem liderado reuniões estratégicas junto ao setor produtivo visando elaborar planos emergenciais que contemplem tanto ações internas quanto diversificação dos mercados externos.
Dados oficiais indicam que70%da carne bovina produzida é consumida internamente enquanto somente30%deste total destina-se às exportações – predominantemente cortes menos valorizados localmente -, aumentando as preocupações sobre rentabilidade futura diante das novas barreiras tarifárias impostas pelos estados Unidos.